sexta-feira, 26 de maio de 2023

Educação não é brincadeira, mas brincadeira faz parte da educação.


O ambiente escolar é uma terra muito fértil para a aprendizagem, devendo ser adotada as mais diversas práticas pedagógicas de modo a alcançar os objetivos propostos. No que tange a educação básica, cujo público alvo são crianças e adolescentes, as metodologias e práticas educativas precisam ser revestidas de princípios que atraiam maior atenção do seu público alvo, ou seja, devem ser utilizados métodos e práticas que envolvam a ludicidadegameficação e a criatividade

É natural que crianças e adolescentes sejam aficionadas por jogos, brincadeiras e atividades recreativas, pois faz parte do seu cotidiano. Em momentos lúdicos e de diversão é possível adquirir diversos conhecimentos para a vida. Como exemplo, podemos citar a tradicional brincadeira da dança das cadeiras, onde a criança tem a oportunidade de aprender a respeitar regras de um determinado ambiente, pois é preciso esperar o momento certo sentar-se à cadeira e conseguir permanecer no jogo. Um jogo de pega varetas pode trazer ensinamentos sobre a capacidade de planejamento e criação de estratégias, enfim, diferentemente do que muitos pensam sobre jogos e brincadeiras, eles servem à criança não apenas como um passatempo, mas pode ser um riquíssimo recurso para motivar o aluno no processo de aprendizagem. 

Diante de tal situação instigamos nossos leitores, em especial os docentes que atuam na educação básica, ao desenvolvimento de atividades lúdicas e recreativas como recurso pedagógico em sala de aula, tornando aquele momento mais prazeroso para o aluno. 

A criatividade no processo de ensino deve ser uma mola propulsora na vida de cada professor para impulsionar e despertar maior interesse dos alunos na aquisição do conhecimento, pois estes perceberão que é possível aprender matemática, português, inglês, ciências, geografia e todas as demais disciplinas interagindo e divertindo-se em sala de aula.  

Há aqueles que nutrem pensamentos divergentes acerca da adoção de práticas lúdicas e recreativas na sala de aula, por imaginar que isso compromete sua autoridade em relação aos alunos, por várias vezes já ouvi tal afirmação. Pesquisas e relatos científicos comprovam os benefícios do uso lúdico e recreativo no processo de aquisição de aprendizagem com crianças e adolescentes, razão pela qual não podemos desprezar tal ferramenta didática em nossa atuação em sala de aula. Em uma década que trabalho na educação básica e sempre desenvolvendo atividades lúdicas, recreativas e baseadas em metodologias ativas, pude perceber os inúmeros benefícios existentes e comprovar, na prática, o que muitas pesquisas e estudos científicos sobre o tema apontam. 

Quando desenvolvemos atividades lúdicas e divertidas no ambiente escolar, conseguimos nos aproximar dos alunos e criar maior afetividade para com eles, isso se traduz em maior respeito, participação e cooperação, pois somos vistos como parceiros e amigos e não como carrascos. A relação entre professor e aluno não pode ser aquela de chefe e empregado, de rei e súdito, mas deve ser uma relação agradável, amigável e respeitável. Quando o docente leva a criança ou adolescente a participar de momentos de descontração no ambiente escolar, mesmo que seja, nos últimos minutos da aula, ele estará criando condições de fortalecer vínculos necessários para uma boa relação professor/aluno, contribuindo na motivação do seu aluno, que terá aquele docente como referência e guardará seus ensinamentos por toda a vida. 

 

 Sobre o autor. 

 

* Marcus Periks Barbosa Krause, professor e servidor do Ministério Público, graduado em Letras e Pedagogia, especialista em Educação Especial IInclusiva(UEMA), especialista em Gestão e Governança em Ministério Público, Mestrando em Educação Especial na perspectiva da educação Inclusiva (UEMA) Mestre em Ciências da Educação, Vice-presidente da Academia Pedreirense de Letras, escritor e poeta, membro da OMEP.  

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Chegamos no Estado da Paraíba


 

LITERATURA PEDREIRENSE PELO MUNDO, esse é o tema do projeto desenvolvido pelo escritor Marcus Krause, com vistas a fomentar o gosto pela leitura e difundir a literatura pedreirense em todos os estados brasileiros e outros países. 

O livro Ensino Baseado em Projetos: métodos e práticas exitosas foi doado para a Biblioteca Pública Estadual Augusto dos Anjos, em João Pessoa na Paraíba. Com isso já são 9 estados brasileiros e 19 bibliotecas espalhadas pelo mundo que dispõe, em seu acervo, de livros do escritor pedreirense Marcus Krause. 

Veja a lista bibliotecas onde os livros do escritor pedreirense podem ser encontrados para consultas, pesquisas ou leitura 

1 Biblioteca Publica Benedito Leite – São Luis

2 Biblioteca Publica José Sarney – São Luis

3 Biblioteca Pública A Minha História, Parque João do Vale  – Pedreiras

4 Biblioteca do Colégio Olindina Nunes Freire – Pedreiras

5 Biblioteca Publica Antenor Amaral – Pedreiras

6 Biblioteca da Faculdade FEMAF – Pedreiras

7 Biblioteca da Faculdade FAESF – Pedreiras

8 Biblioteca do Colégio Batista Eleutério Rocha – Pedreiras

9 Fundação Cultural do Estado do Pará – Pará

10 Biblioteca Pública da Procuradoria Geral de Justiça do MPMA – São Luis

11 Biblioteca Pública de Trizidela do Vale – Trizidela do Vale

12 Biblioteca Pública Estadual de Roraima– RR

13 Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco - PE

14 Biblioteca Pública Nelson Fidelis da Costa – Tibau do Sul, RN

15 Biblioteca Nacional Mariano Moreira – Buenos Aires – Argentina

16 Biblioteca Nacional de Brasília – Brasília

17 Biblioteca Dolor Barreira – Fortaleza/CE (instagram)

18 Biblioteca Pública Epiphanio Doria, Aracaju – Sergipe

19 Biblioteca Pública Estadual Augusto dos Anjos - João Pessoa/Paraíba 


segunda-feira, 22 de maio de 2023

Afetividade e empatia no contexto escolar: instrumentos para lidar com alunos com dificuldades comportamentais.

 A educação tem um papel fundamental na vida do ser humano, passamos boa parte da nossa vida na escola, iniciando pelo processo de alfabetização até à formação acadêmica, em cursos de graduação e pós graduação. Construímos relacionamentos por meio da interação social com professores(as), colegas de classe e demais atores presentes no contexto educacional, como porteiros(as), merendeiros(as), vigilantes, zeladores(as), supervisores(as) e diretores(as).

Em nossa memória de longo prazo, guardamos recordações de momentos ímpares que vivemos desde os primeiros anos da vida escolar. Quem não lembra lá na 5ª série, daquela professora divertida que fazia brincadeiras e dinâmicas ao final das aulas, daquele senhor de idade, que era o porteiro da escola e sempre recebia à todos com carinho e respeito, daquele professor que sempre levava os alunos para uma atividade escolar externa, ou ainda daquela diretora calma e paciente, que sempre lhe dava conselhos, na tentativa de orientar sobre seu comportamento na escola?

Situações como essas serviram de motivação ou reflexão para muitos alunos, que conseguiram dar novo sentido às suas vidas, enveredando por caminhos distantes das drogas e da marginalidade. Uma escola onde todos seus profissionais expressam a afetividade para com os alunos, desde o porteiro ao diretor, conseguirá superar os desafios de lidar com os alunos que possuem comportamentos inadequados. Porém, essa realidade não acontece com a totalidade dos alunos, principalmente quando se trata de alunos com dificuldades comportamentais, estes, por vezes não são bem vistos por alguns profissionais, que na maioria dos casos não tem o conhecimento necessário para lidar com as situações relativas àquele aluno, ou mesmo por falta de empatia.

Historicamente, o aluno com dificuldades comportamentais era tachado de rebelde, desinteressado, inútil, dentre outros tantos termos, sem contudo se investigar os reais motivos que levavam tal aluno a se comportar inadequadamente. Com as novas pesquisas e estudos da Psicologia, Pedagogia, Psiquiatria e a recém chegada Pscicopedagogia, novos conceitos e diretrizes nortearam a forma de como devemos lidar com as situações comportamentais dos alunos no ambiente escolar, razão pela qual se faz necessário a formação continuada nas redes de ensino, bem como o interesse de cada profissional da educação em buscar novos conhecimentos e habilidades de modo a adaptar-se às novas realidades e tendências educacionais.

No decorrer da história, os alunos que tinham dificuldades comportamentais eram, literalmente excluídos do processo educacional, através de transferências que eram lançadas no boletim do aluno, em caneta vermelha, tal procedimento significava que aquele aluno não possuía um comportamento adequado e poderia ser um “perigo” à escola que o recebesse, era como uma “pena de morte”, pois quando isso ocorria, aquele aluno tinha dificuldade para conseguir vaga em outro estabelecimento de ensino, ou era discriminado antes mesmo de ser inserido na escola. Sem uma vaga na escola, fatalmente o aluno ingressaria na marginalidade, diante da ociosidade pelo afastamento escolar e pela rejeição sofrida, que poderia resultar na sua revolta trazendo consequências irreparáveis. Dificilmente esses alunos recebiam um acompanhamento profissional de modo a desvendar as razões que o levavam a ter comportamentos inadequados em sala de aula.

Com as mudanças no contexto social e as evoluções pelas quais passaram nossa sociedade, o processo de educação também teve que acompanhar essa realidade. Passamos por inúmeros processos até chegar ao da Inclusão, porém, não foi fácil chegar a este patamar, muitas pesquisas e esforços de teóricos fizeram com que novas perspectivas surgissem e dessem outra oportunidade àqueles alunos com dificuldades comportamentais.

Como profissionais da educação, precisamos compreender quão grande importância temos no processo de construção de cidadania na vida de muitas crianças e adolescentes, devemos desenvolver nossa afetividade e empatia de modo que todos os alunos se sintam valorizados, e, com isso, tenham motivação para um aprendizado mais significativo, pois “todo trabalho envolve algum investimento afetivo por parte do trabalhador, quer seja na relação estabelecida com outros, quer mesmo na relação estabelecida com o produto do trabalho” (CODO; GAZZOTTI, 1999, p. 50).

Um dos teóricos que trouxe grandes contribuições e descobertas ao processo de educação foi o médico Belga Ovide Decroly. Sua infância foi marcada por muita indisciplina, chegando a ser expulso de vários colégios em que estudou. Diante disso, fica a reflexão: Se todos tivessem fechado as portas para Decroly, impedindo-o de continuar nos estudos, teria ele trilhado os rumos da medicina? Ou seria mais um lançado nas tristes estatísticas do analfabetismo e marginalidade? Assim como Decroly outros teóricos nos trazem importantes ensinamentos como John Dewey, Maria Montessori e Anisio Teixeira que idealizam uma escola onde deveria ser ensinado a criança a viver no mundo, defendendo concepções para além do simples acúmulo de conteúdos.

A história de Decroly muito se assemelha à minha realidade, pois quando estudante do ensino fundamental, também fui transferido compulsoriamente de duas escolas, por não apresentar um comportamento adequado às regras escolares, contudo, diante de algumas portas que permaneceram abertas, tive a oportunidade de aprimorar conhecimentos que foram fundamentais para minha transformação e  formação cidadã.

Com essas experiências, objetiva-se fomentar nos docentes contemporâneos e profissionais da educação o desejo por nutrir maior afetividade para com seus alunos, em especial aqueles que apresentam dificuldades comportamentais, pois, a forma como lidamos com eles podem ser cruciais no direcionamento de suas vidas, uma vez que nossa missão como professor é preparar o aluno para viver em sociedade e não apenas para a vida profissional.


Sobre o Autor: Marcus  Periks Barbosa Krause, Pedagogo e licenciado em Letras, especialista em Língua Portguesa com ênfase em gramática (FLATED), especialista em Educaçação Especial Inclusiva ( UEMA) e especialista em Dependência Química. Mestrando em Educação Especial Inclusiva (UEMA). Professor, servidor do MPMA, escritor e vice-presidente da Academia Pedreirense de Letras.        

Matéria publicada no Jornal Pensar a Educação em Pauta da UFMG

Poema de Marcus Krause: A realidade das ruas

  Nas ruas tem criança chorando Vivendo sem proteção Nas ruas há pessoas mendigando À procura de um pedaço de pão   Nas ruas a vio...