Na minha infância, quando computadores ainda não existiam
Crianças
corriam e brincavam pelas ruas noite e dia:
pula
corda, esconde-esconde, cai no poço e amarelinha.
Naquela
época carteira de cigarros viravam dinheiro,
Raios
de bicicleta e latas de sardinha viravam brinquedos.
Todos
sentavam se na calçada e começava a brincadeira;
Dizia
o colega: “- vamos jogar?”
Então
os dados em uma lata começavam a balançar
Ali
iniciava o jogo e não adiantava choro
As
apostas eram feitas e não tinha hora para parar
Carlton,
Hollyhood, Californya e Malboro
Ah!
como eu me lembro que saíamos de baladeira na mão
Pedras
de mamonas e “barro liguento” assim era aquele momento
Andávamos
a pés rumo a Santa Emilia, Sitio Novo ou Centro do Julião
Muitas
vezes descalço ou de havaianas, que se quebravam durante o movimento.
Para
evitar uma “taca” ao dizer que a havaiana quebrou
O
jeito era improvisar um prego na ponta do cabresto
No
lugar onde desmantelou.
Na
minha infância raio de bicicleta virava brinquedo
Uma
marca de triangulo se riscava no chão
Dobrávamos
sua ponta para facilitar o manuseio
Quem
acerva no centro era o campeão.
Bom
mesmo era brincar de cai no poço
E
com o colega combinar
Essa
hora era um alvoroço
Um
beijo e um abraço na pessoa escolhida ia dar.
Nossa
infância foi assim: Jogar petecas, rodar peão, empinar pipas e amarelinha
Pula
corda e passa anel, urubusca e bandeirinha.
À
pés ou de bicicleta na escola Olindina tínhamos que chegar
Uma
escola de muitas filas: fila pra entrar, fila pra lanchar,
até
filas para conseguir se matricular.
Quem
no São Francisco nunca estudou?
Não
sabe o que era encerrar um horário ao som do sino do Alberto
E
nos horários vagos ter como professora a ilustre dona Aldenora
Na
ida pra casa, no ônibus escolar íamos chegar
Seu
Medeiros, o motoristas, é quem ia nos levar.
Na
minha infância muita coisa tem pra se contar
Parabéns Ilustre Conterrâneo, por sua relevante contribuição cultural e Literária, AIAP Brasil reconhece seu talento, Troféu Revelação 2021. Tatiana Azevedo.
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