sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Na minha infância



 Na minha infância, quando computadores ainda não existiam

Crianças corriam e brincavam pelas ruas noite e dia:

pula corda, esconde-esconde, cai no poço e amarelinha.

 

Naquela época carteira de cigarros viravam dinheiro,

Raios de bicicleta e latas de sardinha viravam brinquedos.

Todos sentavam se na calçada e começava a brincadeira;

Dizia o colega: “- vamos jogar?”

 

Então os dados em uma lata começavam a balançar

Ali iniciava o jogo e não adiantava choro

As apostas eram feitas e não tinha hora para parar

Carlton, Hollyhood, Californya e Malboro

 

Ah! como eu me lembro que saíamos de baladeira na mão

Pedras de mamonas e “barro liguento” assim era aquele momento

Andávamos a pés rumo a Santa Emilia, Sitio Novo ou Centro do Julião

Muitas vezes descalço ou de havaianas, que se quebravam durante o movimento.

 

Para evitar uma “taca” ao dizer que a havaiana quebrou

O jeito era improvisar um prego na ponta do cabresto

No lugar onde desmantelou.

 

 

Na minha infância raio de bicicleta virava brinquedo

Uma marca de triangulo se riscava no chão

Dobrávamos sua ponta para facilitar o manuseio

Quem acerva no centro era o campeão.

 

Bom mesmo era brincar de cai no poço

E com o colega combinar

Essa hora era um alvoroço

Um beijo e um abraço na pessoa escolhida ia dar.

 

Nossa infância foi assim: Jogar petecas, rodar peão, empinar pipas e amarelinha

Pula corda e passa anel, urubusca e bandeirinha.

 

À pés ou de bicicleta na escola Olindina tínhamos que chegar

Uma escola de muitas filas: fila pra entrar, fila pra lanchar,

até filas para conseguir se matricular.

 

Quem no São Francisco nunca estudou?

Não sabe o que era encerrar um horário ao som do sino do Alberto

E nos horários vagos ter como professora a ilustre dona Aldenora

Na ida pra casa, no ônibus escolar íamos chegar

Seu Medeiros, o motoristas, é quem ia nos levar.

 

Na minha infância muita coisa tem pra se contar

Mas por hora nestes versos é o que tenho a relatar.

Um comentário:

  1. Parabéns Ilustre Conterrâneo, por sua relevante contribuição cultural e Literária, AIAP Brasil reconhece seu talento, Troféu Revelação 2021. Tatiana Azevedo.

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